quinta-feira, dezembro 30, 2010

Exposição em Roma desvenda mistérios das obras de Caravaggio

Bom dia Brasil - Edição do dia 30/12/2010

As técnicas usadas pelo pintor italiano continuam um mistério. Há muitas suposições, e a exposição levanta algumas hipóteses.

Em Roma, um mistério começa a ser revelado. Michelangelo Merisi da Caravaggio é nome de pintor italiano. Era mais do que isso: um gênio da arte que a ciência ainda não desvendou. Uma exposição lembra os 400 anos da morte de dos maiores artistas da história.



Os segredos de um pintor genial começam a ser desvendados. O Palácio Veneza, em Roma, propõe uma viagem ao processo criativo de um artista revolucionário do século 16. Michelangelo Merisi, que se tornou conhecido com o nome de uma cidade do Norte da Itália, Caravaggio, viveu apenas 39 anos, mas deixou uma vida muito rica de acontecimentos e obras de arte.

Quatrocentos anos depois da morte de Caravaggio, as técnicas usadas pelo pintor italiano continuam um mistério. Há muitas suposições, e a exposição levanta algumas hipóteses. A primeira delas e a mais simples é a de que Caravaggio, em um dos seus quadros, teria pintado seu próprio rosto através do espelho.

“O Baco doente”, provavelmente, seria um auto-retrato. O curador da mostra, o engenheiro Claudio Falcucci, diz que usou os poucos documentos da época e até um inventário do material de trabalho do artista.

Caravaggio pintava sem que ninguém visse. Só seus modelos, gente escolhida na rua, e não fazia desenhos na tela. Poderia ter empregado a técnica do quarto escuro, estudada desde o século 11, o princípio de física ótica que deu origem à fotografia.

No fim do século 16, Caravaggio mudou completamente o seu estilo de pintar. Começou a fazer fundos muitos escuros, que contrastavam com a luz intensa dos seus personagens. Em uma sala, que representa o quadro em que São Jerônimo está escrevendo, está uma tese que levou 20 anos para ser desenvolvida e é a mais apreciada.

O engenheiro analisou a obra de Caravaggio e sustenta que o pintor trabalhava em uma sala de paredes pretas, que usava a luz natural que vinha de uma abertura no telhado, refletida em um espelho côncavo, e a desviava para o rosto dos modelos sem iluminar o fundo do quadro. Segundo esta linha de pensamento, Caravaggio teria então uma faixa de luz para por a sua tela e pintar. Nesse caso, o modelo ficaria de costas para o pintor. O pintor teria usado outro espelho. Então, a imagem de São Jerônimo aparece de frente.

A vida conturbada de um dos maiores pintores de todos os tempos envolveu muitas brigas, fugas e até a morte de um homem provocada por ele. O pintor em 1610, com pouco mais de 70 quadros de autoria confirmada. Em Roma, frequentou palácios nobres e foi protegido por cardeais da Igreja. Pintou temas religiosos e rostos humildes comoventes. Com os escuros, claros e a força de um realismo dramático.

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