domingo, agosto 08, 2010

"Na Bienal de São Paulo, qualquer bobagem tem que ser aceita, porque quem fala mal é visto como sendo de retaguarda”.

Ferreira Gullar - Trecho da materia de Luciano Trigo, do G1, em Paraty

Artes plásticas e literatura

Indagado sobre sua atividade como crítico de arte, Gullar disse que, antes de pensar em ser poeta, queria ser pintor. “Depois a poesia tomou conta, essas coisas a gente não governa. Mas continuo pintando e pensando sobre artes plásticas até hoje. Sobre poesia eu não penso, eu simplesmente faço: a minha poesia nasce do espanto. Qualquer coisa pode espantar um poeta, até um galo cantando no quintal. Arte é uma coisa imprevisível, é descoberta, é uma invenção da vida. E quem diz que fazer poesia é um sofrimento está mentindo: é bom, mesmo quando se escreve sobre uma coisa sofrida. A poesia transfigura as coisas, mesmo quando você está no abismo. A arte existe porque a vida não basta”. Gullar aproveitou então para criticar certa atitude que prevalece entre artistas. "A vanguarda é que nem o terrorismo, ninguém pode botar o galho dentro. Na Bienal de São Paulo, qualquer bobagem tem que ser aceita, porque quem fala mal é visto como sendo de retaguarda”.

Um comentário:

  1. A falta de crítica em arte é como a falta de vértebra em um corpo.
    Felizmente, Ferreira Gullar mantém uma postura crítica, uma das mais interessantes em um enfadonho cenário de aceitação de tudo e qualquer coisa como sendo arte, que domina no setor das artes plásticas no Brasil.
    Ao lado de Luciano Trigo e de Affonso Romano de Sant´Anna, tiveram a coragem de revelar que o Rei está nú...
    Editaram livros essenciais, que tratam da crise da arte contemporânea, que convido-os a conhecer em www.sergioprata.com.br/port/contemporanea.html
    São livros imperdíveis, que devem ser lidos por todos aqueles que quiserem restaurar alguma vértebra intelectual e perceptiva, no já tão espaguetomórfico mundo das artes contemporâneas.
    Sérgio Prata
    www.sergioprata.com.br

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