Parte da entrevista de Luciano Trigo, Autor de A Grande Feira, uma investigação sobre o mundo e o submundo do mercado das artes. O jornalista Luciano Trigo fala sobre nós e mitos da arte e do mercado no país: “hoje não existem, fora do mercado, critérios para diferenciar uma obra boa de uma obra duvidosa”.
Por Leonardo Brant (Cultura e Mercado)
LB – Quais as suas expectativas em relação à Bienal de SP, prevista para o segundo semestre de 2010?
LT – Depois do fiasco da última Bienal, chamada de “Bienal do Vazio”, o que vier será lucro. Mas é quase consensual hoje que esse modelo das grandes Bienais está em crise. Em todo caso, a lista de artistas convidados já divulgada mostra que há uma valorização de nomes brasileiros dos anos 70, combinada com a presença de algumas estrelas internacionais, como Steve McQueen – cuja obra mais famosa é a reencenação de um trecho de um filme pastelão do Buster Keaton, uma grande bobagem que lhe valeu o Turner Prize, que aliás costuma premiar grandes bobagens. Também li que vão montar meia dúzia de terreiros no pavilhão, o que já é algo preocupante. Por fim, um dos curadores declarou numa entrevista que essa Bienal será um laboratório para algo que ele ainda não sabe direito o que é. Essa declaração é muito reveladora do atual estado das coisas.
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