Por Fernando Barata (Paris) - Artista Plástico
Fazem uns 15 anos que somos reféns do White Cube ( Brian ODoherty), ou seja da galeria vazia com as paredes brancas. Fico impressionado com a incapacidade critica de certos artistas, curadores, críticos e colecionadores. Deixar-se impressionar por este modelo sem nenhum senso critico é fazer prova de anestesia ideológica. O atelier e a galeria se transformaram em laboratórios de banalização e mesmo mistificação de teorias cientificas. Claro que White Cube funciona como uma senha para iniciados e um signo de reconhecimento pela tribo. Acho isto pretensioso. Estas posturas apesar de suporem um desenvolvimento lógico de conceitos, funcionam de fato como um feltro impenetrável de banalidades que só beneficiam a especulação do mercado.
Esta operação transforma a pintura e a escultura em coisas mortas e valoriza o espaço imobiliário, tendo como corolário a "Bienal do Vazio" em S Paulo. Proponho durante os "Mitos Vadios 2", o leilão do patrimônio imobiliário esvaziado do seu conteúdo, que é o Pavilhão da Bienal.