Morre em SP o Artista Plástico Weslei Duke Lee
Lee causou frisson nos anos 1960 e 1970 com seus happenings e fundou a galeria Rex
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Wesley Duke Lee diante de quadros de sua coleção particular e ao lado do gato Tik, em sua casa em Santo Amaro. (Fernando Moraes/Dedoc)
Morreu ontem o pintor brasileiro Wesley Duke Lee, aos 78 anos, em São Paulo. Lee ficou conhecido nos anos 1960 por promover os primeiros happenings no Brasil, performances que reuniam vários intelectuais, jornalistas e boêmios com exibição de vídeos, mostras de fotografias e telas, além de lançamentos de livros e poemas.
Neto de americanos, Duke Lee cursou desenho livre no MASP, o Museu de Arte de São Paulo, em 1951, e depois na Parson’s School of Design e no American Institute of Graphic Arts, duas conceituadas escolas de arte dos Estados Unidos, em 1952. Ele foi um dos pioneiros da Pop Art no Brasil, além de ter realizado trabalhos como o fotógrafo Otto Stupakoff e os artistas Bernardo Cid e Pedro Manuel Gismondi. Viveu na Áustria e na França antes de retornar a São Paulo.
Duke Lee foi um dos fundadores do movimento Realismo Mágico, inspirado na Semana de Arte Moderna de 1922, e do movimento Rex, que incluía uma galeria de arte de mesmo nome e um jornal chamado Rex Time, sobre artes plásticas. Provocador, se ofereceu como voluntário para testes de LSD numa clínica em 1964. A aventura rendeu uma série de telas com reflexões políticas.
Ele, que sofria há três anos do mal de Alzheimer, morreu de parada cardíaca. Os direitos de sua obra estão sob a guarda de sua sobrinha Patrícia Lee e o acervo sob tutela dos marchands Ricardo Camargo, em São Paulo, e Max Perlingeiro, no Rio de Janeiro. Uma cerimônia aberta ao público de despedida será realizada no Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, às 16h desta terça-feira (14).
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