Por: Vauluzio Bezerra
Sergipano, radicado na Bahia, 57 anos, artista visual
A Bienal de São Paulo me soa como o Salão do automovel, carros conceito, idéias mirabolantes seguindo as demandas modistas do mundo. Ali os artistas complementam sua formação junto aos livros da Taschen, um ou outro catálogo e pronto, as galerias locais se municiarão de novos artistas, ou artistas já estabelecidos mas renovados de alguma adição "inteligente", "sacação", substituem com pragmatismo as velhas imersões das teorias de arte.
Não há mais o que teorizar, não há na arte um sistema inteligível que possamos nos apegar com algum sentido classificatório, Darwin, Marx, Freud perderam o sentido.Só a arte feminina quando alguma curadora com formação Lacaniana consegue dar algum sentido para a feminilização do mundo, ou outro curador das minorias pesca o conceito do "OUTRO" e reune etnias para o circo das artes que também não é diferente da formula um e suas aerodinamicas tão discutidas mas que nunca percebemos. A Arte Contemporânea se tornou por demais ïnteligente, a sociedade contemporanea ficou inteligente demais, no dizer de Agnaldo Faria, "para uma sociedade complexa, uma arte complexa" , tem também aquela do Fernando Cochiaralle a respeito da absoluta falta de sentido de um conjunto de artistas reunidos sob sua curadoria, "Situações Transitivas".
Acho que a arte em nenhum momento da sua história foi santa, tenho um trabalho em que uso o ícone da loba e Romulo e Remo que substituo por uma hiena, animal de mandíbula mais forte que o leão, mas espera o rei terminar se repasto para comer o resto. "RESTO" é também um conceito Lacaniano, grosso modo diz respeito a tudo que é posto em baixo do tapete iraniano da civilização ocidental. Assim, são os artistas, HIENAS, secundários na escala alimentícia, vive das sobras do captalismo e hoje são mais subservientes, pois um dos novos conceitos do contemporaneo é a destruição do que chamam "autoralidade", estaria aqui um senso socialista? A arte é uma grande piada, as Bienais uma reunião de piadas sem graça, pois criticos, curadores e marchands não são comediantes nem palhaços, nós os artistas sim, bobinho, bobinhos da Corte.
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