segunda-feira, dezembro 27, 2010

Museu de Belas Artes de Boston inaugura com alarde nova Ala das Américas, mas confina obras de países centro e sul-americanos.

Folha de São Paulo, 27.12.2010
Luciana Coelho - de Boston
Instituição inaugura com alarde nova Ala das Américas, mas confina obras de países centro e sul-americanos. Curador admite que a coleção de arte da região é "menos forte", mas destaca empréstimos e ritmo de aquisições
Foto: Ala das Américas com quatro andares
Após 11 anos de reforma e US$ 345 milhões (R$ 590 milhões) investidos, uma das principais instituições de arte dos EUA, o Museu de Belas Artes de Boston (MFA), abriu com barulho, em novembro, sua Ala das Américas.
A expansão dobra as peças do continente no MFA, chegando a quase 5.000. O problema é que, embora com o nome no plural, as Américas do Sul e Central são relegadas à coleção pré-colombiana, enfurnada no subsolo.

Há meia dúzia de peças modernistas, com destaque para "Stacatto", do argentino Cesar Paternosto. Algumas logo devem deixar as galerias -caso de "Pintura 9", do brasileiro Helio Oiticica, emprestada pela Fundação Cisneros.

Outras, como "Vênus", do colombiano Fernando Botero, somem em corredores laterais. E um retrato de Frida Kahlo feito pelo também mexicano Diego Rivera não está em exibição.
"Somos os primeiros a admitir que nossa coleção é menos forte em arte latino-americana", disse à Folha Dennis Carr, curador do museu. "Mas temos comprado ativamente novas peças e recebemos empréstimos generosos de coleções particulares."

A coleção pré-colombiana é das mais completas. A série de vasos e taças de chocolate em cerâmica queimada inscritas na linguagem maia não encontra paralelos nem em instituições mexicanas e guatemaltecas. Datadas dos séculos 3 a 10, foram em sua maioria doadas ao museu pelo milionário local Landon T. Clay no fim dos anos 1980.

Nas oito salas dessa galeria, há ainda tapeçarias incas, ourivesaria centro-americana do século 5 e ídolos Olmecas de 1150 a.C., um acervo que precisou de mais de cem anos para ser reunido.
"Muito pouco disso estava em exibição antes da abertura da nova ala, pois a galeria [mesoamericana] era muito melhor", diz Carr.

Mas, porque o museu optou por uma abordagem cronológica, as peças foram parar no esquecido subsolo. A revista "Economist" classificou a opção como "psicologicamente e politicamente desafortunada".

ÊNFASE
Carr, que conversou com a Folha por e-mail, e a assessoria do museu não responderam quais critérios regem a Ala das Américas. A ênfase clara é na pintura dos EUA nos séculos 18 e 19, especialmente nos retratos e narrativas de John Singleton Copley (1738-1815).
São essencialmente quadros que tratam da história das 13 colônias do Norte.
Há também uma divertida galeria de modelos de navios e uma modorrenta coleção decorativa colonial (a prataria hispano-americana, para o curador, perfaz a cota latino-americana).
Mas pintores modernos e contemporâneos mais pop, como Andy Warhol, Edward Hopper, Jackson Pollock e Norman Rockwell são sub-representados.
Um Warhol retratando Mick Jagger pende em uma das bilheterias. E de Pollock há, além de um quadro de sua primeira fase abstrata, um curioso vaso inspirado por sua análise junguiana. Sobram flores de Georgia O'Keefe, porém.
Não que a visita não valha. O acervo tem relíquias egípcias e peças menos óbvias da África e da Oceania. E há sempre o prédio, no qual a arquitetura de vidro assinada pela Foster + Partners para a nova ala contrasta com o edifício neoclássico de granito, em pé desde 1909.

Tetra Pak lança o "Consurso Esculturas Urbanas" a partir da reciclagem de suas embalagens

Fonte: Tetra Pak

Com o objetivo de fomentar a reflexão e a produção artística contemporânea no Brasil e torná-la acessível ao público, a Tetra Pak comunica a abertura das inscrições do edital Esculturas Urbanas.

Estão aptos a apresentar projetos estudantes brasileiros natos ou naturalizados e estrangeiros legalmente residentes no Brasil, maiores de 18 anos, regularmente matriculados e que estejam cursando a graduação (a partir do segundo ano letivo) ou a pós-graduação nas áreas de artes plásticas e visuais, arquitetura e design gráfico e industrial em instituições de ensino superior devidamente reconhecidas pelo Ministério da Educação, localizadas dentro do território brasileiro. Esses participantes não podem ter realizado mais do que duas (2) exposições individuais em galerias comerciais. É vetada a participação de funcionários da Tetra Pak e de membros da coordenação do processo do edital e da comissão de seleção.

O referido edital receberá inscrições para a proposição de projetos de esculturas ou obras tridimensionais que apresentem a preocupação com a sustentabilidade por meio do uso de materiais provenientes da reciclagem de embalagens Longa Vida da Tetra Pak na produção das obras. Uma comissão de seleção fará a escolha de quinze (15) projetos a serem executados e expostos na Praça Victor Civita, localizada no bairro de Pinheiros, na cidade de São Paulo.

O projeto tem abrangência nacional e é voltado a estudantes de cursos de graduação (a partir do segundo ano letivo) e pós-graduação nas áreas de artes plásticas e visuais, arquitetura e design gráfico e industrial.

Por meio deste edital, a Tetra Pak, com o apoio da Lei Rouanet, visa a incentivar reflexões sobre a temática da sustentabilidade e seus desdobramentos na produção artística brasileira.

Com o edital Esculturas Urbanas, a Tetra Pak e a Praça Victor Civita selam uma parceria para viabilizar esse projeto direcionado ao fomento da produção nacional de jovens artistas em formação.

A Base7 Projetos Culturais, proponente do projeto, é responsável pela coordenação do processo de classificação e seleção do edital Esculturas Urbanas, bem como pela produção, organização e montagem da exposição.

A inscrição é gratuita e poderá ser feita no período de 10 de dezembro de 2010 a 31 de março de 2011, mediante o preenchimento on-line da ficha de inscrição, disponível no site do edital: www.esculturasurbanas.com.br.

O Rio está mesmo em alta e receberá alguns dos maiores nomes da arte contemporânea mundial em 2011

O Globo - Cultura - 27.12.2010
Suzana Velasco


RIO - O Rio está mesmo em alta e receberá alguns dos maiores nomes da arte contemporânea mundial em 2011. De 15 a 22 de maio, obras públicas de pesos-pesados como o dinamarquês Olafur Eliasson e o belga Wim Deloye serão espalhadas pela cidade, na Semana de Arte do Rio. O evento terá ainda uma individual do sul-africano William Kentridge, na Casa França-Brasil, além da participação de brasileiros como Tunga e Adriana Varejão. Também cotado para a Semana de Arte, o britânico Antony Gormley vai expor, em maio, suas esculturas no CCBB, que terá mostras de Mariko Mori e Tim Burton durante o ano.

Em junho, mais arte pública: uma das imensas aranhas de Louise Bourgeois - que completaria 100 anos em 2011, mas morreu este ano - será instalada no Aterro do Flamengo, antecipando a retrospectiva da artista francesa naturalizada americana que ocupa o MAM em setembro. O museu ainda terá individuais dos brasileiros Carlos Zilio, Luiz Zerbini, Fernanda Gomes, Roberto Cabot, José Resende e Elisa Bracher.

Em agosto, o Paço Imperial vai expor gravuras do britânico Lucian Freud. E, no mês seguinte, a cidade terá a primeira ArtRio - Feira Internacional de Arte Contemporânea do Rio, que, além de galerias nacionais e estrangeiras, terá projetos especiais, com curadoria de Agnaldo Farias, Eduardo Brandão e Marcos Dana.

Outras exposições internacionais programadas são as do americano Andy Warhol, do italiano Gabriele Basilico e de artistas contemporâneos iranianos, no Oi Futuro. Entre os brasileiros, o Rio verá Rubens Gerchman e Raymundo Colares, na Caixa Cultural, e Fayga Ostrower e Mira Schendel, no Instituto Moreira Salles.

Há dois anos Christian e Karen Boros tranformou Bunker da II Guerra Mundial em Galeria de Arte em Berlim

Como publicamos aqui anteriormente, o mercado de arte perdeu semana passada o grande colecionador de arte Roy Neuberger. Mas Aproveitamos para lembrar que no mundo ainda existem outros importantes colecionadores que não têm a pretenção de se colocarem acima da arte, e sim de serem um intrumento para solidificar o legado para futuras gerações.


Não poderíamos então de deixar de mencionar Christian Boros e sua esposa Karen que resolveram reformar um Bunker da II Guerra Mundial, em Berlim, para expor nele a sua coleção. Um enorme prédio no centro de Berlim se tornou uma galeria de arte quando foi aberta ao publico oficialmetne em 2008. O local foi erguido como um abrigo antiaéreo em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Para muitos, entretanto, a arquitetura permanece sendo a maior atração do local, com registros em forma de arte ainda em suas paredes originais. O mundo precisa de mais iniciativas iguais a esta. (F.F.A)