Por Leonel Mattos, Artista plástico
Visitei a 29ª. Bienal de São Paulo a convite da sua patrocinadora a PETROBRÁS, para fazer uma leitura e participar do debate. Fui com a intenção de deixar que as obras me atraíssem pela sua força de expressão. Logo na entrada, várias pinturas em grandes dimensões do artista Rodrigo Andrade que atende os interesses intrínsecos da pintura, de boa qualidade com tons escuros revelando uma cidade noturna, e com o cheiro da tinta ativo notando ser uma obra recente. Na subida da rampa a pior obra do artista CARLOS BUNGA, uma instalação com colunas quadradas de 4 metros de altura feita de papelões pintados de branco na frente e no fundo no papelão cru com fitas adesivas aparentes que serviam de emendas para o mesmo, cheguei perguntar aos monitores se aquilo ali era uma obra? Em seguida uma instalação de blocos aparentes tipo uma caixa com várias colagens e portas como um ambiente de uma casa, muito ruim também! Algumas pinturas hiper-realistas muito boas, mas sem novidades dos artistas, KIMATHI DONKOR E AMAR BUNGA.
Os desenhos de GIL VICENTE também muito bons tecnicamente, mas o tema agressivo roubou a cena e errou quando simula a morte da vida principalmente de líderes. Poderia o artista Gil ter sido mais feliz protestando pregando o amor, despertando para o positivo, invertendo os valores e não revelando sua raiva de uma forma negativa, afinal a Bienal também é visitada por crianças, que se divertiam como se tivessem no Jardim Zoológico com a instalação do Nuno Ramos. Nuno cometeu um erro levando uma vida para dentro de um espaço inadequado, retirando do seu habitat, por mais que digam com a desculpa que o animal é de cativeiro. Assim dar margem para levarem um comedor de lixo e um mendigo para dentro da Bienal e o prender por um período para representar a realidade já desumana! A obra do Nelson Leirner esta sim me tocou pela força de sua expressão, onde colocou um porco empalhado viajando em cima de uma aeronave parecendo uma asa delta feita de madeira, pendurada no ar, invertendo os valores. Já o artista Ernesto Neto, não foi feliz na montagem de sua instalação, que parecia uma cobertura de um circo onde as crianças se divertiam bem.
A melhor obra da Bienal, em minha opinião, foi a de Henrique Oliveira, uma instalação penetrável de laminas de madeira com cores e volumes, como se estivesse entrando em uma vagina ou um útero, em forma de labirinto, muito boa, percebia seus valores, tanto externo quanto interno. As obras de Leonilson e Hélio Oiticíca deveriam ser expostas em uma sala especial para se fazer homenagem a artistas falecidos de boa qualidade, coisa que está faltando na Bienal. A de Cildo Meireles já não causou nenhuma surpresa, impacto, pois já a conhecia e não alterou muito. Muito boa as colagens de papéis do artista Marcelo Silveira e suas várias fotos estavam de boa qualidade. Entendo que o TEMA causou um desafio aos artistas e na maioria não se saíram bem, já que fugiram da sua produção atual. Em minha opinião os curadores deveriam deixar o TEMA LIVRE, para mostrar a verdadeira produção dos artistas, a que vem produzindo naturalmente e escolher a melhor obra para a representação, por que assim não seriam pegos de surpresa com o resultado da obra feito pelo tema. Pois, nem todo trabalho de um artista é uma grande obra, tem aquelas que se destacam mais.
No debate da Bienal, a convidada Professora da USP Vânia Rall, pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância, da USP, o tema "Arte e ética: o uso e animais nas obras de arte", perguntei a ela se era a favor dos urubus permanecerem ali, ela respondeu que também não concordava, felizmente agora retiraram de vez os urubus, é sinal que o bom senso venceu, é uma prova que os curadores não foram felizes discordando do que era óbvio mais uma vez. O convite foi estendido a um grupo de artistas e produtores e um dos curadores Pedro França, um garoto, ficou tentando explicar Conceito que não correspondia o que as obras passavam uma invenção do que é do que não pode ser! Espero que na próxima Bienal não tenha TEMA e que acerte mais não colocando curadores e artistas ao ridículo. Um painel de Pintura da artista N S HARSHA muito boa com figuras de pessoas pequenas coloridas, mas pecou quando colocou em cima da pintura interferência com tinta preta parecendo alguma fumaça no painel, pensei que era até uma pixação por cima. Por falar em pixação, ficou a desejar os trabalhos dos pichadores, ficou sem representatividade já que reproduziram em folhas de papéis o que eles fazem na cidade. Os vídeos, uma coisa repetitiva, todos apresentados em uma caixa preta parecendo das novelas das seis, das sete e das oito, todos parecidos, não se conseguia identificar o autor. É isso aí, não se tem muita coisa para falar, muito trabalho que não diz nada, parecendo dever escolar. Obras com pouca representatividade que uma Bienal merece, espero que na próxima acertem e mostrem a verdadeira produção e seus artistas, por que esta ficou a desejar!
Visitei a 29ª. Bienal de São Paulo a convite da sua patrocinadora a PETROBRÁS, para fazer uma leitura e participar do debate. Fui com a intenção de deixar que as obras me atraíssem pela sua força de expressão. Logo na entrada, várias pinturas em grandes dimensões do artista Rodrigo Andrade que atende os interesses intrínsecos da pintura, de boa qualidade com tons escuros revelando uma cidade noturna, e com o cheiro da tinta ativo notando ser uma obra recente. Na subida da rampa a pior obra do artista CARLOS BUNGA, uma instalação com colunas quadradas de 4 metros de altura feita de papelões pintados de branco na frente e no fundo no papelão cru com fitas adesivas aparentes que serviam de emendas para o mesmo, cheguei perguntar aos monitores se aquilo ali era uma obra? Em seguida uma instalação de blocos aparentes tipo uma caixa com várias colagens e portas como um ambiente de uma casa, muito ruim também! Algumas pinturas hiper-realistas muito boas, mas sem novidades dos artistas, KIMATHI DONKOR E AMAR BUNGA.
Os desenhos de GIL VICENTE também muito bons tecnicamente, mas o tema agressivo roubou a cena e errou quando simula a morte da vida principalmente de líderes. Poderia o artista Gil ter sido mais feliz protestando pregando o amor, despertando para o positivo, invertendo os valores e não revelando sua raiva de uma forma negativa, afinal a Bienal também é visitada por crianças, que se divertiam como se tivessem no Jardim Zoológico com a instalação do Nuno Ramos. Nuno cometeu um erro levando uma vida para dentro de um espaço inadequado, retirando do seu habitat, por mais que digam com a desculpa que o animal é de cativeiro. Assim dar margem para levarem um comedor de lixo e um mendigo para dentro da Bienal e o prender por um período para representar a realidade já desumana! A obra do Nelson Leirner esta sim me tocou pela força de sua expressão, onde colocou um porco empalhado viajando em cima de uma aeronave parecendo uma asa delta feita de madeira, pendurada no ar, invertendo os valores. Já o artista Ernesto Neto, não foi feliz na montagem de sua instalação, que parecia uma cobertura de um circo onde as crianças se divertiam bem.
A melhor obra da Bienal, em minha opinião, foi a de Henrique Oliveira, uma instalação penetrável de laminas de madeira com cores e volumes, como se estivesse entrando em uma vagina ou um útero, em forma de labirinto, muito boa, percebia seus valores, tanto externo quanto interno. As obras de Leonilson e Hélio Oiticíca deveriam ser expostas em uma sala especial para se fazer homenagem a artistas falecidos de boa qualidade, coisa que está faltando na Bienal. A de Cildo Meireles já não causou nenhuma surpresa, impacto, pois já a conhecia e não alterou muito. Muito boa as colagens de papéis do artista Marcelo Silveira e suas várias fotos estavam de boa qualidade. Entendo que o TEMA causou um desafio aos artistas e na maioria não se saíram bem, já que fugiram da sua produção atual. Em minha opinião os curadores deveriam deixar o TEMA LIVRE, para mostrar a verdadeira produção dos artistas, a que vem produzindo naturalmente e escolher a melhor obra para a representação, por que assim não seriam pegos de surpresa com o resultado da obra feito pelo tema. Pois, nem todo trabalho de um artista é uma grande obra, tem aquelas que se destacam mais.
No debate da Bienal, a convidada Professora da USP Vânia Rall, pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância, da USP, o tema "Arte e ética: o uso e animais nas obras de arte", perguntei a ela se era a favor dos urubus permanecerem ali, ela respondeu que também não concordava, felizmente agora retiraram de vez os urubus, é sinal que o bom senso venceu, é uma prova que os curadores não foram felizes discordando do que era óbvio mais uma vez. O convite foi estendido a um grupo de artistas e produtores e um dos curadores Pedro França, um garoto, ficou tentando explicar Conceito que não correspondia o que as obras passavam uma invenção do que é do que não pode ser! Espero que na próxima Bienal não tenha TEMA e que acerte mais não colocando curadores e artistas ao ridículo. Um painel de Pintura da artista N S HARSHA muito boa com figuras de pessoas pequenas coloridas, mas pecou quando colocou em cima da pintura interferência com tinta preta parecendo alguma fumaça no painel, pensei que era até uma pixação por cima. Por falar em pixação, ficou a desejar os trabalhos dos pichadores, ficou sem representatividade já que reproduziram em folhas de papéis o que eles fazem na cidade. Os vídeos, uma coisa repetitiva, todos apresentados em uma caixa preta parecendo das novelas das seis, das sete e das oito, todos parecidos, não se conseguia identificar o autor. É isso aí, não se tem muita coisa para falar, muito trabalho que não diz nada, parecendo dever escolar. Obras com pouca representatividade que uma Bienal merece, espero que na próxima acertem e mostrem a verdadeira produção e seus artistas, por que esta ficou a desejar!
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