Por Marcelo Amaral Coelho. Da Via Arte.
200 obras, 148 artistas, sete curadores e um orçamento total de aproximadamente R$ 30 milhões. Esses são os números divulgados pela Fundação Bienal para a realização da Bienal de Arte de São Paulo 2010. O evento acontecerá entre 25 de setembro e 12 de dezembro no Parque do Ibirapuera.
Flertando com o poeta Jorge de Lima, autor de "há sempre um copo de mar para um homem navegar”, a Bienal 2010 vai buscar relações ou divergências entre arte e política. De acordo com Agnaldo Farias, um dos curadores-chefes, ao lado de Moacir dos Santos, a ideia é montar “uma exposição que não fosse meramente contemplativa e que tentasse recuperar o debate e a celebração do encontro entre a arte e a política”.
A Bienal passada, como bem ao gosto de muitos da área, marcou pela polêmica do segundo andar vazio e a ação coordenada dos pichadores em vandalizá-lo. A ação terminou com a prisão de uma menina. Alguns enxergaram em tal atitude resquícios de arte; outros, viram apenas um ato de desordem. Aliás, seja qual fosse aquela motivação, o acontecimento rendeu: no evento deste ano os pichadores terão um espaço para exibir fotos e vídeos sobre suas obras. Parece que deu certo!
Apesar do tema ser a política, seus organizadores saem pela tangente quando é hora de tomar posição. Sobre os pichadores, o curador Moacir dos Santos se esquiva: "Não sabemos dizer se o que eles fazem é arte ou não". A Bienal é de arte ou não? A ambiguidade contemporânea aparece em outra afirmação de Moacir dos Santos: "Tomar partido explicitamente não é a nossa missão".
É aguardar para ver. Por enquanto, a considerar o que disse acima o curador Moacir dos Santos, constata-se que o vazio da Bienal passada preencheu o pensamento crítico dos organizadores da edição 2010.
Fonte: Bienal de São Paulo terá em 2010 encontro da arte e política como tema. Disponível em g1.globo.com, consultado em 28/06/2010.
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